segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Pseudo cena

Desde que te vi pela primeira vez pensei: Quero!
Tá, confesso. Foi cena.
Mas se não te quis (ou não sabia que queria) era porque ainda não havia enxergado tudo que você é.
Talvez, a princípio, meus óculos estivessem embaçados pela brisa desse mar arredio que é tu.
Talvez, no fundo, tivesse medo de me deixar levar - e afogar - pelas ondas avassaladoras do teu ser. Ou podiam as brasas do teu fogo me queimar.
Talvez, afinal, eu achava que era muito feliz na minha zona de conforto muito-bem-sozinha-obrigada.
Talvez?
Quando, enfim, tirei meus óculos e me permiti enxergar - com os olhos da alma - o quão incrível você é e tudo que, de mãos dadas, poderíamos ser... foi ai que percebi a ínfima possibilidade de amar e ser amada.
Quando, finalmente, me despi do medo e me deixei navegar pelas tuas águas inquietas, então, vi que podia atracar meu ser cansado no teu porto - meu porto seguro.
Quando eu constatei que havia algo no teu beijo, corpo, cheiro, abraço que era só teu, foi nesse segundo que todas as órbitas se alinharam e tudo fez sentido.
O surreal acontecimento do amor correspondido, pasme!, se permitiu acontecer. 
Em ti encontrei o lar onde, enfim, pude descansar. Tuas brasas esquentaram minha alma fria. E, assim, te amei. Amei teu beijo, corpo, cheiro, abraço. Amei teu toque. Amei teu(s) toc(s). Milimetricamente amei teu jeito e tudo sobre ti. Tudo tão maravilhosamente azul. Tudo sobre nós. Nós tão yellow. Amei. Amei mesmo! E amo. Cada vez mais e mais e mais... 
E não é cena. (juro!)

terça-feira, 12 de maio de 2015

Será?

Daqueles tempos de imaginar um chamego no pé do ouvido num dia de domingo. Um beijo que acaricie a alma. Um dengo que acalente o peito. Vindo de quem transpareça se importar - no olhar e no tocar. Que não se atenha em julgar e até, quem sabe, ao olhar tamanha bagagem, pergunte: "posso ajudar?". Que tenha tato pra lidar com esse silêncio carente e cheio de tanto que mal cabe na gente. E saiba a hora de falar e de calar - sem sair perto. Ou que saia de perto mas fique à palma dos olhos como quem diz: "tô aqui se precisar".
Daqueles tempos de imaginar, ainda, se sou um ínfimo de tudo que espero - no outro - encontrar. Será?

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Encanto


Ela se dirigiu ao garçom e pediu um cigarro. Sentou-se com os amigos numa mesa ao canto do bar com o copo de cerveja numa mão e o cigarro na outra. Ele detesta cigarro, confessa. Mas a maneira como Ela tragava fazia parecer a coisa mais deliciosa do mundo. Tinha um ar de inocência e de sensualidade ao mesmo tempo. Entre um trago e outro, gargalhava com os amigos sobre alguma piada interna. Que gargalhada! - pensava - Ninguém ri como Ela. Aquele sorriso incrível emoldurado por lábios cobertos de um vermelho vibrante fazia o coração do rapaz pulsar em frenesi. Não existia nada além daquela risada. Não existia ninguém além Dela.

Seus olhos não conseguiam se desvencilhar da moça. Eis que Ela percebeu. Sorriu de maneira tímida e encantadora. Ah, aquele sorriso! - suspirou. Resolveu ir até Ela. Tinha que conhecê-la. Perguntou se poderia lhe pagar uma bebida. Ela aceitou. Começaram a conversar e a cada palavra que a moça proferia, maior era o seu encanto. Adorava como Ela sorria com os olhos, gesticulava com as mãos e o quão deliciosa era sua voz. Era engraçada, inteligente e super charmosa. Gostava de filmes antigos, fotografia, livros clássicos e colecionava postais. E Ele, claro, se viu perdida e incondicionalmente apaixonado.

No final da noite, Ela disse que precisava ir embora. Ele quis beijá-la - não havia nada que quisesse mais -, mas os amigos a estavam chamando e Ela teve que partir. Não tiveram nem tempo de trocar números de telefone. Ela simplesmente se foi, levando parte considerável Dele consigo.


Ele nunca mais viu Pietra - a moça do bar. Mas durante todos esses anos, não houve um dia em que não tenha pensado nela. Se existir um "amor da vida" Dele, com certeza foi Ela. A charmosa Pietra de beleza estonteante e risada apaixonante. Pietra que, por capricho do destino, Ele não tornou a ver, mas que se mantém dona de seus pensamentos e de seu coração - que pulsa pela esperança inabalável de um dia revê-la e, enfim, beijá-la.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Desenlace


João. 25 anos, estudante de Jornalismo, trabalhava numa cafeteria para bancar as despesas da faculdade. Adorava o cheiro de café e como aquele ambiente era inspirador para quem, como ele, gosta de ler e/ou de escrever. Sempre sorridente, era muito bem quisto por todos os clientes. A vida de João era dividida entre a cafeteria e sua faculdade. Até aparecer Mariana.

Mariana. 22 anos, estudante de Administração, trabalhava no escritório de seu pai. Era uma boa moça mas, ironicamente, não sabia administrar suas emoções. Um dia, se desentendeu com o pai e saiu abalada da empresa, sem rumo. Entrou numa cafeteria numa ruela qualquer. Mariana não tomava café. Até aparecer João.

João nunca tinha visto uma moça tão linda. Aconteceu o inevitável: apaixonou-se; assim, fácil como respirar. Mariana percebeu que João trazia ao seu coração atordoado uma paz que ninguém jamais, em tempo algum, conseguira trazer; mas, num primeiro momento, não achou que se envolver com alguém seria uma boa ideia. Conversaram. Por horas e dias e semanas. Era como se se conhecessem desde sempre.

Mariana era, definitivamente, o amor da vida de João. João era o melhor amigo que Mariana podia cogitar ter. Eis o problema: João a amava, a queria de todos os jeitos que alguém poderia ter a outro alguém mas, Mariana não correspondia essa paixão. Na verdade, ela o amava e o queria igualmente, mas tinha medo. Tinha medo que um dia ele cansasse dela e fosse embora. Assim, de repente, sem motivo aparente, levando o coração dela junto, mas não sem antes destroçá-lo. Mas João era diferente, merecia uma chance.

João e Mariana, então, começaram a namorar e, posteriormente, morar juntos. Pareciam ser o casal mais perfeito de todos os tempos. E como se entendiam. E como riam. E dançavam e se beijavam com a paixão de sempre e se amavam. Ninguém podia supor um mundo onde João não fosse de Mariana e vice-versa. Eram como um quebra-cabeça à dois. Se completavam.

Um belo dia, porém, na faculdade, João conheceu Ana. Ana era absurdamente linda. Não como Mariana; eram belezas diferentes. Ana fazia Publicidade e tinha a risada mais incrível que João já viu e ouviu. Então, sem querer, sem planejar, João viu-se completa e irremediavelmente apaixonado por Ana. Ana dos olhos de mel, dos cabelos esvoaçantes, do sorriso cativante. Ana, de voz doce e fala compassada e de suas teorias sobre a vida. Ana de João.



Sentada na cama, Mariana, sem prestar muita atenção, lia um romance aleatório acompanhado de um café. Mariana nunca gostou muito de café (tomava só o de João, porque era de João), mas aquela bebida era a única coisa que a mantinha aquecida, já que o corpo de João não mais ali estava.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O Fim.






Olá, você. Como vai a vida? Disseram-me que tudo por ai é diferente sem mim. Que graça o teu pensamento permanecer aqui. E eu sei que permanece. Que meiga sua insistência em negar a saudade desta moça que era tão tua e a quem tanto fizestes bem, que tanto te fez bem também. Que admirável sua capacidade de inventar desculpas tão patéticas para sua ida. Mas que amor absurdamente grande era esse meu por ti. Esse teu por mim. Esse nosso amor, meu bem.

Engraçada a vida. Uma hora você estava aqui do lado e noutra já nem o vejo mais. E nem o verei. Confesso que até bem pouco tempo o procurava por ai nas ruas em que ando, nas pessoas que reparo, nas bocas onde repouso os beijos meus que eram tão teus. E que triste fazer uso do tempo passado para falar de nós. Nossa história que foi prometida pela eternidade e, por fim, fracassou nessa missão. Não soubemos contornar as adversidades e nos tornamos insensíveis um ao outro, tanto que, veja bem, nem nos conhecemos mais. Que triste.

Que triste, afinal, a morte desse amor tão bonito que embalou tantos sonhos. Que cicatrizou tantas dores. Que alegrou tantos dias de chuva. Que fez tão bem. Que trouxe paz, esperança e companherismo. Que, simplesmente, duraria a eternidade, apenas. Mas que por escolhas nossas virou pó. Acabou. Acabamos. O amor morreu. O nosso eterno amor, contrariando toda a conspiração do universo a favor, morreu. Você morreu neste coração que tanto pulsava por ti e hoje apenas o desconhece. Fim. A saudade de ti não mais atormenta este peito. Adeus.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Ahhh-Mor!



Ah, o amor. Que menino curioso esse. Vem casa adentro com um desespero de viver, de ser vivido. Toma a gente por completo. É um grito que vem lá do fundo da alma: EU QUERO! Mas SHHHIO! Ele pode ouvir! Ele, o meu amado. Não quero que ele saiba que ainda o penso constantemente. E como poderia esquecê-lo? Ele está em todo canto. Posso sentir seu cheiro. Posso até ouvir sua voz. Como se a felicidade tivesse aqui, do lado. Ele, do lado.

Quem dera tê-lo, de fato, ao meu lado. Como antes. Mas ele partiu, sabe? Foi pra muito longe. Não sei se um dia volta. O ruim é que não me lembro de muita coisa sem ele. É como se sempre tivesse estado ali fora, na sala. Aqui dentro, no peito. Houveram promessas. Todas quebradas. Todas esquecidas... E por que? Não sei. As coisas de repente ficaram complicadas demais. Não soubemos lidar. Eu, na verdade. Ele soube melhor que eu. O que me dá vontade de odiar a outra, porém, como posso eu odiar quem faz bem ao meu amor? Sim, eu sou uma sentimental. Que sentimento estupidamente grande e tolo é o amor, afinal.

Talvez um dia ele volte. Só não vou esperar isso acontecer. Mas, hoje, eu simplesmente preciso dele aqui. Porque é inquietante e até revoltante ter lutado e esperado tanto por... Nada. Não posso ao menos ser amiga dele porque... sinceramente, eu não sei ser amiga dele. Eu não sei não amá-lo. Eu não sei não sei perdida e incondicionalmente apaixonada por ele. Eu só quero me casar com ele e criar nossos 3 filhos ao som de Los Hermanos! Mas sem ele aqui... esses desejos não passam de vagas insanidades. Só peço que ele, eventualmente, não esqueça de lembrar da gente. Num dia de sol ou numa noite de chuva. Não me esqueça.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Despedida



Sim, amor, veja bem. Que saudade de ti. Que dor carrego no meu peito pela tua ausência. Curioso é que o vazio no qual me deixas é sempre tão pesado; já na tua presença eu me encho de um tudo tão leve. Ou enchia. Porque ultimamente nem nos vemos mais. Nem ao menos, veja só, nos procuramos. E nós sabemos bem o porquê. E quão lamentável é isso que nos tornamos. E quão sangrento é meu coração por tudo isso. Ou pela falta de tudo isso. Tudo isso que é a gente. Que era, afinal.

Amor, eu poderia te resgatar? Eu poderia cantar as nossas músicas e proclamar nossas frases de efeito pra você voltar? Eu poderia percorrer o mundo atrás de ti sem te ver fugir? A verdade é que não, meu bem. Porque enquanto tua partida me corrói, o nosso desenlace nem te agride. Talvez, muito pelo contrário. Talvez estejas mais feliz do que nunca nesse seu casinho, ao meu ver, ridículo. E bem sabes porque o penso assim. Porque, afinal, por melhor que fosse sua nova amante, convenhamos, não seria eu. Não seria ninguém. Ou não deveria. Mas é. É hoje a ti muito mais importante e relevante que tudo sobre mim. Sobre nós. Quisera eu poder contornar e te abrir os olhos para o mero fato de que: ei. Ela não é eu. Volta.

E você, então, voltaria? Voltará? Não. Devo eu aceitar, assim, calada o cruel fim? Sim. Não foi eu quem escolheu assim, afinal. Não me isento de culpa. Penso de vez em sempre o quanto diferente poderia ter sido se... Você sabe. Mas não aconteceu como eu queria. Nossos "nós" arrebentaram. E eu que pensei que jamais, em tempo algum, força alguma poderia nos destruir. E não é que a vida me pregou essa peça? Pregou, ainda, meu coração na tua palma, a qual aperta-o cruelmente. Mas deixo-te mantê-lo contigo. Não devolva, meu bem. É teu. Leva-o nas tuas caminhadas por aí, sem mim. Permito-te, ainda, partir sem volta. Pois, afinal, já fostes. Cabe a mim aceitar. E continuar a vida sem ti. Ou tentar.

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